Obesidade

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1 Novembro, 2011Nutrição

A obesidade define-se como uma acumulação excessiva de gordura corporal, ou seja, ocorre um aumento da componente gorda do organismo, a qual, curiosamente, tem uma densidade menor que a massa magra (massa isenta de gordura, como tecido muscular e ósseo) e, por isso, pesa menos… O que significa que é importante termos em atenção não apenas o peso de um indivíduo mas igualmente a “qualidade” desse peso, ou seja, avaliar a sua composição corporal, isto é, que quantidade de massa magra e massa gorda possui e a que percentagem do seu peso elas equivalem.
A forma mais utilizada, devido à facilidade de aplicação, para estabelecer divisões entre o que é normal e o que é patológico é o Índice de Massa Corporal (IMC), que se obtém dividindo o peso (em Kg) pela altura (em metros) ao quadrado.

Índice de Massa Corporal (IMC)

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À OBESIDADE:

hipertensão arterial
diabetes mellitus tipo 2
doenças respiratórias
doenças cardiovasculares
lesões articulares
neoplasias
problemas psicológicos

Num estudo realizado em Portugal (Pereira, J.; Mateus, C., 2003), os autores concluem que o problema da obesidade tenha custado ao país, no ano de 2002, somando custos directos e indirectos, quase 500 milhões de euros! E de lá para cá, não nos parece que a situação tenha tendido a melhorar, bem pelo contrário…

Orientar a nossa actividade física para a perda de massa gorda pode levar-nos por diferentes caminhos.
Por um lado, se pensarmos numa actividade de cariz cardiorespiratório, como uma corrida ou um passeio de bicicleta, é importante que consigamos monitorizar a nossa frequência cardíaca (FC), o nº de batimentos do nosso coração, por minuto. E porquê? Porque existe uma “zona” da nossa frequência cardíaca na qual se torna mais efectiva a utilização das gorduras como fonte energética, zona essa que pode variar de pessoa para pessoa, mas que geralmente se situa entre os 60/65% e os 70/75% da nossa capacidade cardiovascular e respiratória (VO2máx). Para além disso, é igualmente importante levar em linha de conta a duração da nossa actividade, sendo desejável actividades de média/longa duração (nunca menos de 20/30 min.) em prejuízo de actividades mais curtas e, eventualmente, mais intensas. Como encontrar a nossa «zona de treino» para queimar gordura? Através das seguintes fórmulas:

FCtreino = FCreserva x Intensidade – FCrepouso
(atenção: para definir uma zona-alvo é necessário calcular o valor mais baixo e o mais alto dessa, por exemplo, 65% e 75%)

FCreserva = FC máx – FCrepouso
(nota: a frequência cardíaca em repouso deve ser aferida logo pela manhã, quando acordamos, e ainda deitados, preferencialmente…)

FCmáx = 208 – 0,7 x idade

Por outro lado, não devemos descurar outras abordagens quando o nosso objectivo é metabolizar gorduras. Assim sendo, torna-se indispensável incluir treinos de força (musculação) no nosso programa. E porquê? Em primeiro lugar porque o gasto calórico inerente a este tipo de actividade é igualmente satisfatório, principalmente se solicitar os grandes grupos musculares, como é desejável. Depois, porque o aumento da quantidade de massa magra presente no organismo leva a um aumento da taxa de metabolismo basal (TMB), ou seja, aumenta a quantidade diária de energia necessária para o organismo se manter em equilíbrio, durante o repouso. Tal facto é de extrema importância, porque nos ajuda no balanço energético diário (30% do nosso gasto energético diário advém da TMB…). Além disso permite criar as condições para que não ocorram novos ganhos de peso e de matéria gorda e ainda contribui para uma melhoria significativa no perfil lipídico e lipoproteico do organismo.