A força muscular pode ser caracterizada como a quantidade de tensão que um músculo ou grupo muscular pode gerar com um padrão específico e determinada velocidade de movimento (Kraemer e Hakkinen in Gentil, 2014).
Sendo uma capacidade física básica que está associada à melhoria da saúde e da qualidade de vida, deve ser incluída num programa de treino adequado às especificidades das pessoas de acordo com as suas necessidades e limitações, assim como respeitar os vários princípios e leis do treino de força.
O treino com cargas aumenta a capacidade de produção de força. Na sua essência está a síntese de novos filamentos proteicos que constituem a base do músculo.
Este tipo de treino produz alterações agudas dessas proteínas, aumentando também a quantidade de outros constituintes como, capilares sanguíneos, água, glicogénio, lípidos e enzimas. As proteínas estão constantemente a ser sintetizadas e degradadas no nosso organismo, mas variam de acordo com a intensidade e esforço do indivíduo (Mil-Homens et al, 2015), ou seja, quanto maior for o esforço do individuo maior será a síntese proteica. No entanto, o esforço deve ser adequado à individualidade de cada um.
Os benefícios a alcançar com o treino de força são variados:
- Optimização da taxa de metabolismo basal;
- Melhoria da composição corporal (mais massa magra e menos massa gorda) (1) ;
- Atraso no declínio normal da perda mucular com o avançar da idade (sarcopénia);
- Auxílio na manutenção e aumento de força e aumento da massa muscular (2);
- Melhoria da funcionalidade em adultos e idosos;
- Prevenção de lesões musculo-esqueléticas;
- Auxílio na melhoria dos componentes cardiovasculares;
- Auxílio no aumento da densidade mineral óssea, prevenindo a osteoporose (3);
- Aumento do potencial da libertação de hormonas importantes para a construção de massa muscular (4);
- Aumento da taxa de oxidação de gorduras (Gillette CA et al, 1994 in Ruivo 2015);
- Aumento da libertação de hormona de crescimento na circulação sanguínea regulando a gordura corporal (Ruivo 2015);
O pico de força nos seres humanos dá-se entre os 20 e os 30 anos, devido à maior taxa de produção de testosterona. A partir desta altura verifica-se de uma forma gradual um declínio da mesma, acentuando-se mais a partir dos 60 anos. Este declínio vem acompanhado por um decréscimo da massa magra. O treino de Força (TF) tem por isso uma importância elevada no sentido de contrariar esta tendência e preservar a capacidade funcional, ajudando na prevenção de doenças e diminuição da mortalidade. (5)(6)
Através de um treino bem estruturado e definido, com disciplina, consistência, determinação, empenho e tempo é possível promover adaptações metabólicas, sendo o início de um bom equilíbrio e bem-estar gerais. Desta forma, para além de todos os benefícios não visíveis mas essenciais, é possível ter um corpo bem delineado, devendo naturalmente estar aliado a uma alimentação saudável.
Peça ajuda a profissionais para a prescrição de um plano de treino e alimentar personalizados.
Bons treinos!
Referências Bibliográficas:
Gentil, P. (2014). Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Charleston, SC
Mcardle, W. et al (2016). Fisiologia do Exercício. Guanabara Koogan
Mil-Homens, P. et al (2015). Treino da Força: Princípios Biológicos e Métodos de Treino. Volume 1. Cruz Quebrada, FMH Edições.
Ruivo, R. (2015). Manual de Avaliação e Prescrição de Exercício. Carcavelos, Self.
Links:
(1) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24726723
(2) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2917954
(3) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12544629
(4) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15831061
(5) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17537093
(6) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10795731
Newsletter assinada por Luís Silva – Professor da Healthy Generation
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